Prata dos Baianos mantém tradição“A ROUBADA DA BANDEIRA”

Em Prata dos Baianos, a 22 km de Ecoporanga – ES, acontece, anualmente as festas juninas – tradição mantida pelos grupos folclóricos de Prata dos Baianos, coordenada pelos Srs. João Miguel (Mestre que iniciou na Vila a Tradição), Geraldo Militão, José Tatão e João Doutor. A “Roubada da Bandeira” é a mais tradicional festa de Ecoporanga; originária de Portugal, com influências significantes de negros africanos, que acontece entre os dias 12 a 30 de junho, tendo como atrações o levantamento do mastro, quadrilhas, barraquinhas com comidas típicas e apresentações de danças: Vilão, dos Nove e caboclo. Uma das partes mais curiosas da festa é o “levantamento do mastro”, com uma bandeira confeccionada em cores variadas, enfeitando a imagem do Santo comemorado pelo festeiro: São João, São Pedro ou Santo Antônio. São poucos os locais em que se realizam festas juninas com essas características tradicionais e originais no País. As pessoas vestem roupas coloridas e trajes bem originais do tempo do Brasil Colônia, sem contar as letras e músicas que lembram as senzalas vistas em filmes e novelas de época, retratando verdadeiramente um pouco da história do início da colonização. Em Prata dos Baianos os moradores lutam para que essa tradição seja mantida e passadas às pessoas “mais novas”, apesar do êxodo rural ter aumentado nos últimos tempos em conseqüência da falta de trabalho e poucas perspectivas de melhorias. A tradição está sendo bem divulgada para que autoridades políticas, religiosas, associações, empresas e outros munícipes possam reconhecer e valorizar essa cultura que é tão nossa. A tradição do “Roubo da Bandeira” foi trazida pelos portugueses, representando o passado entre mouros e cristãos no Século XVIII. De acordo com o Sr. João Miguel, anfitrião e fundador do primeiro grupo folclórico de Prata dos Baianos, esta festa é bem parecida com a antiga “Bandeira do Bom Jesus”, da Dona Zefinha, comemorada no dia 06 de agosto em uma fazenda aos arredores da Vila na década de 50. A curiosidade dos visitantes é impressionante. Todos acham interessante a forma simples e natural em que os grupos se apresentam. A bandeira roubada é esperada pelo anfitrião, com grande festa: ruas e casas enfeitadas com bandeirolas - cores e formas diversas, folhagens, flores de papéis, arcos, folhagens e balões, transformando a Vila num verdadeiro arraial. O “ladrão da bandeira” organiza a “saída” para os festejos e devolução da bandeira roubada ao verdadeiro dono, formando uma grande procissão, com velas e cânticos folclóricos/religiosos. À frente, os ladrões carregam a bandeira do santo festeiro, seguidos pelos fiéis, todos com velas nas mãos, caminhando pelas ruas da vila até o local combinado para organizarem a devolução da bandeira. Chegando à casa do Anfitrião, a bandeira é recebida com muita alegria, devoção e muita emoção pelos fiéis. Pessoas caracterizadas de soldados, delegado, juiz, promotor, advogado e jurados, onde simulam o “julgamento do réu”: absolver ou não o réu? – Normalmente o réu é solto e perdoado, para que a festa tenha continuidade. É um show de interpretação! Tudo improvisado e apresentado ao ar livre, aplaudido pelos festeiros. Após o julgamento começa a “reza do terço”. A bandeira é colocada no mastro, acompanhada pelos fiéis cantando músicas de raízes. O anfitrião oferece biscoitos, broas, bolos, quentão, chá de amendoim, café com leite e outros alimentos típicos da festa. A festa continua animada: muito forró até o amanhecer do dia, “causos”, show pirotécnico, e... na calada da noite, o “ladrão” aproveita a oportunidade da distração dos festeiros, roubando a bandeira do mastro e o mistério só é desvendado no ano seguinte, quando tudo começa de novo. E... “QUEM ROUBOU A BANDEIRA?”. A tradição de Prata dos Baianos com a “Roubada da Bandeira” foi inspiração para o Escritor Adilson Vilaça, escrever o Romance do Efêmero Estado de União de Jeovah – Cotaxé, sendo essa obra uma aventura de Udelino Alves de Matos – que, no início dos anos 50, criou o Estado de União de Jeovah, cuja capital seria Cotaxé, que mais tarde foi destaque em cenas do documentário/filme com o mesmo nome da obra acima mencionada, interpretada com originalidade e naturalidade pelos grupos folclóricos da vila. Foi destaque nacional na Revista Globo Ciência/GALILEU (março/1999), dando enredo na reportagem “A curta vida de União de Jeovah”. A Cultura de Prata dos Baianos foi estudada e pesquisada pelos alunos do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Espírito Santo – Ne@d/Cre@d, colaborando nas pesquisas e exposições realizadas. Outros destaques na Revista Século, Jornais: A Gazeta, A Tribuna, O Norte Notícia, O Trovão, O Impacto e outros da Região. Em vários sites são encontrados materiais sobre essa cultura. Em 2006 a “ROUBADA DA BANDEIRA” também é reconhecida como um dos maiores Eventos Culturais do Espírito Santo, como Folias de Reis e Ticumbi, o Baile de Congo de São Benedito, Festa da Penha e outras manifestações. Foi produzido pela Secretaria de Cultura – SECULT e Secretaria de Estado da Educação – SEDU, o Vídeo Documentário com o mesmo nome, que fará parte dos Vídeos Educativos que abordam a Cultura Capixaba, a ser distribuído pela Secretaria de Estado da Educação – SEDU as todas as escolas da rede pública do Estado do Espírito Santo. A Secretaria Estadual de Cultura - SECULT em parceria com a Comissão Espírito-Santense de Folclore e Secretaria Estadual da Educação – SEDU irão produzir ao todo 15 vídeos que abordarão, além das manifestações folclóricas, artesanato, culinária, danças e folguedos. Vale aqui o destaque para o historiador e escritor de Ecoporanga, Sr. Adilson Vilaça (também membro da Comissão de Folclore do ES) que lutou para que a manifestação da Vila se propagasse para todo o estado, através de suas obras, em jornais, revistas e internet. Este foi o comentarista no vídeo “ROUBO DA BANDEIRA”, que tão bem conceituou e relatou o evento. Em 24 de março de 2006 o Vídeo chamou a atenção no Seminário sobre Tradições Populares – “Educação, Cultura e Cidadania” - ocorrido na Secretaria de Estado da Educação – Vitória – ES, com participação de todos os diretores de Escolas de todo o Estado, Técnicos da SEDU, professores da UFES, Secretários Municipais de Educação. Além da participação da Secretária Estadual da Cultura: Sra. Neusa Mendes; Secretário Estadual de Educação: Sr. Lélo Coimbra; Presidente do Comissão Espírito-Santense do Folclore: Eliomar Mazoco, e a presença da Presidente da Comissão Nacional de Folclore: Sra. Paula Simon. Recebe patrocínio e colaboração da Prefeitura Municipal de Ecoporanga, Governo do Estado do Espírito Santo, Secretaria de Cultura do ES - SECULT, Secretaria de Estado da Educação – SEDU, Comissão Espírito-Santense do Folclore, Associação de Moradores e Pequenos Produtores de Prata dos Baianos, Escola Estadual de Ensino Fundamental de Prata dos Baianos, de moradores e representantes que pretendem preservar a cultura local. CALENDÁRIO DA FESTIVIDADE: • Dia 12/06/2009 – Início das Comemorações – Na casa do Sr. Argentino; • Dia 23/06/2009 – Entrega da Bandeira - barraquinhas, apresentações de danças, comidas típicas, quadrilha e Procissão, Encontro dos Grupos Folclóricos local; • Dia 24/06/2009 – Entrega da Bandeira - Realização de Eventos Religiosos na casa do Sr. João Miguel – Apresentações de danças (Vilão e dos Nove) e da História da Roubada da Bandeira – Encontro dos Grupos Folclóricos local; • Dia 28/06/2009 – Encerramento das festas juninas – Na casa do Sr. José Tatão. O Mestre João Miguel, principal divulgador da “Roubada da Bandeira, com o apoio da Prefeitura Municipal de Ecoporanga, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Ecoporanga, concorre ao Prêmio "Mestre Armojo do Folclore Capixaba - Edição 2009", com o objetivo de premiar a atuação dos mestres das manifestações do folclore, fortalecer e divulgar os saberes e fazeres, reconhecer e valorizar os mestres e conceder aos contemplados o título de "Mestre da Cultura Popular do Estado do Espírito Santo". Texto: Célio Ferreira

Data de Publicação: quinta-feira, 28 de maio de 2009

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